Não é novidade para ninguém que a formação contínua tem um papel fulcral no desenvolvimento da carreira de qualquer profissional. No entanto, e apesar de a própria legislação portuguesa preconizar a obrigatoriedade das empresas proporcionarem a formação profissional e contínua aos seus colaboradores, esta situação não é acolhida com bons olhos por todos os empregadores.
Para algumas empresas a formação contínua é apenas um aumento de custos para a própria organização. Também é verdade que este entendimento é partilhado por grande parte dos colaboradores que não vislumbram imediatamente os benefícios proporcionados pela aquisição de novos conhecimentos ou pela atualização e renovação de conhecimentos anteriormente adquiridos.
Convém, então, evidenciar a importância e as vantagens que a formação profissional e contínua traz, tanto para os profissionais, como também para as empresas que os acolhem e deles esperam um elevado desempenho.
Os empregadores devem perceber que no cenário altamente concorrencial em que habitualmente atuam, as pessoas que têm ao seu dispor assumem-se como um dos principais fatores diferenciadores da competitividade do seu negócio. Deste modo, ao investirem na formação e valorização dessas pessoas, as suas empresas tornam-se mais competitivas e concorrenciais, porque efetivamente as vantagens da formação não são a obtenção direta de dinheiro, mas sim a elevação dos níveis de produtividade e rentabilidade. Estes aumentos de produtividade podem revestir-se de várias formas, que vão desde a diminuição de tempos de execução de tarefas à diminuição de tempos de resposta a solicitações dos clientes. E aí as empresas já estão a ganhar, porque tempo é dinheiro.
Para os colaboradores as vantagens são óbvias. A formação oferece-lhes a garantia da validação dos seus conhecimentos, a possibilidade de estarem constantemente atualizados, com a aquisição de novos conhecimentos ou a renovação de conhecimentos anteriormente adquiridos. Consequentemente, esta aquisição de novos conhecimentos acaba por diferenciar e valorizar estes profissionais, tornando-se numa importante mais- valia no mercado de trabalho, que pode contribuir decisivamente para melhores condições de trabalho, sejam ao nível salarial, promocional ou de contratação. Também para quem não está atualmente no mercado de trabalho, a formação reveste-se de extrema importância, uma vez que melhora as possibilidades de inserção no mercado de trabalho, isto porque a capacidade de aquisição de novas competências, conhecimentos e habilitações, está normalmente associada a uma maior empregabilidade.
Deste modo, parece-nos evidente que apostar na formação profissional e contínua deve ser uma opção importante a considerar, pois conforme demonstrado, é uma opção que apresenta benefícios evidentes tanto para as empresas como para os seus próprios colaboradores.
José Luzia